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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

DNA é "livro de receitas" para desenvolvimento dos seres vivos; saiba mais

Homem tem entre 20 mil e 25 mil genes, mas a maioria ainda precisa ser "desbravada" pelos cientistas.





"Ácido desoxirribonucleico": você pode até não conhecer essa molécula, mas ela está presente em todas as suas células e determina a cor dos seus cabelos, olhos e pele e também a produção de proteínas do seu corpo. Estamos falando do DNA, composto orgânico primordial para que os seres vivos cresçam, sobrevivam e se reproduzam.

A função principal do DNA no corpo é servir como uma espécie de "livro de receitas" para a produção de proteínas. Quando se fala nestes compostos orgânicos as pessoas geralmente fazem uma associação com a alimentação, mas as proteínas são muito mais importantes: elas determinam, entre outras coisas, a aparência de um organismo e também como ele produz energia e combate infecções.

O DNA, que fica alojado no núcleo das células, é formado por compostos químicos simples chamados nucleotídeos, os "tijolos" que formam suas longas cadeias. Esses nucleotídeos são formados por fosfato, açúcar e bases nitrogenadas, divididas em quatro tipos: A (adenina), T (timina), G (guanina) e C (citosina).

A ordem em que essas bases aparecem é extremamente importante, já que isso indica que tipo de informação está contida no DNA – o do arroz e do macaco têm exatamente a mesma composição, mas uma sequência diferente de bases nitrogenadas, e isso gera as diferenças tão evidentes. É como o alfabeto: as mesmas letras podem formar milhões de palavras em centenas de idiomas diferentes.

E os genes, dos quais tanto se fala, são cada sequência específica de bases nitrogenadas que abriga dados sobre como produzir uma certa proteína. Não há um tamanho padronizado de gene – em humanos, essa extensão pode variar entre mil e 1 milhão de bases. Estima-se que o homem tenha entre 20 mil e 25 mil genes, mas isso não é consenso na comunidade científica.

Xerox genética

Uma propriedade importante do DNA é que ele pode ser replicar, fazendo cópias de si mesmo – quando uma célula se divide para formar outras, as novas precisam ser uma cópia exata das antigas. Um erro nesse processo pode gerar problemas como o câncer, quando as células começam a se multiplicar de maneira desordenada.

E os genes têm um papel fundamental na hereditariedade. Isso porque as informações contidas no DNA são transmitidas de geração para geração, por meio da reprodução – todo ser humano possui duas formas de cada gene, uma recebida da mãe e a outra do pai, o que influencia suas características físicas e biológicas.

O DNA também tem importância para identificação das pessoas, apesar de apenas 1% do DNA ser diferente entre uma pessoa e outra – apenas gêmeos univitelinos podem ter o genoma completamente igual. Para fazer essa diferenciação, são usadas geralmente 13 regiões do DNA que diferem bastante na população, e é com base nesses dados que é feita a "impressão genética" de um indivíduo.

Em casos de acidentes em que corpos ficam irreconhecíveis, como no acidente com o voo 447 da Air France, ocorrido em maio deste ano, é feita uma análise genética para determinar a identidade das vítimas.

Apesar dos avanços recentes, hoje ainda se sabe pouco sobre as "receitas" carregadas pelo DNA. Em 2003, foi concluído o Projeto Genoma Humano, que tinha o objetivo de mapear a sequencia de nitrogenadas das células do homem – a ideia básica era "soletrar" os As, Ts, Gs e Cs que compõem o nosso DNA, determinando a posição de aproximadamente 3 bilhões de pares de bases. O projeto, que durou 13 anos, foi coordenado pelo Departamento de Energia e pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, com a participação de institutos em 18 países, incluindo o Brasil.

Agora o homem até conhece as sequencias do DNA, mas ainda falta determinar, por exemplo, onde começa e onde termina cada gene e quais são suas funções no corpo. Hoje se conhece essas características para alguns genes, mas não todos.

Mas já há serviços que exploram a curiosidade das pessoas a respeito de sua genética. A empresa norte-americana 23andMe, por exemplo, oferece um sistema para que o usuário possa decifrar seu DNA e relacionar essas informações com pesquisas sobre o assunto. Funciona assim: por meio da saliva, a empresa decodifica partes do genoma do cliente e coloca essas dados em uma página na internet.

Depois disso, se a pessoa vê que cientistas detectaram um gene relacionado a um tipo de câncer, por exemplo, ela pode averiguar qual sua condição em relação a essa parte do DNA, descobrindo como aquela informação se aplica a ela. Também é possível comparar seus genes com os de familiares e amigos que também forem usuários do serviço, que custa US$ 399 (R$ 740) e está disponível nos Estados Unidos, Canadá e países da Europa, mas não no Brasil.



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