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sábado, 24 de outubro de 2009

Introdução sobre como funcionam os biomas

As preocupações em relação às questões ecológicas são atualmente bastante exploradas nos diversos meios de comunicação, nas empresas, nos governos e nas salas de aulas de todos os graus. Isto porque as reservas naturais do planeta têm sido ameaçadas por um conjunto de ações humanas, principalmente em decorrência do enorme crescimento populacional do último século e modo degradante de exploração dos seus recursos . O consumo exagerado em muitos países do hemisfério norte, a miséria nos trópicos, juntamente com a expansão agrícola e a poluição alteram os ciclos biogeoquímicos e climáticos da terra. A biodiversidade sofre com a irreversível extinção de espécies. Embora, a “crise das espécies” seja, por si só, um fato grave, outra crise, a dos biomas, preocupa ainda mais, pois resulta na perda dos ambientes naturais onde as espécies nascem e desenvolvem-se.

Biomas diferenciados
©iStockphoto.com
Para reconhecer os diferentes biomas não é necessário ser um botânico. Ao sobrevoar uma área de avião você conseguiria facilmente notar, por exemplo, a diferença entre um bioma de floresta tropical, com árvores altas formando um verdadeiro tapete com suas copas, e um bioma de savana, com árvores espaçadas entre si e o solo coberto de gramíneas baixas, mesmo sem conhecer nenhuma espécie de planta.

Os biomas diferem quanto à fisionomia, estrutura, e fatores ambientais relacionados ao clima, como temperatura, quantidade e distribuição das chuvas, solo e altitude.


Definições e histórico

O conceito de bioma, palavra que vem do grego e significa Bio = vida + Oma = grupo ou massa, foi criado por ecólogo norte americano Frederic Clements em 1943 e se caracterizaria pela uniformidade fisionômica do clímax vegetal e pelos animais mais relevantes, possuindo uma constituição biótica característica, ou seja, pela uniformidade e predomínio de espécies vegetais locais, bem como dos animais “característicos” da região. Desde a sua criação o termo vem sofrendo modificações e hoje possui diferentes acepções.

Vamos ver algumas mudanças desse conceito:

  • O ecólogo americano Howard Thomas Odum, em 1971, define o termo de maneira semelhante a Clements, mas introduzindo o clima como constituinte dessa grande região.
  • No mesmo ano, o também ecólogo americano Robert Whittaker restringe a abrangência dos biomas aos continentes em que se encontram.
  • W. B. Clapham, Jr, em 1973, condiciona os biomas a fatores abióticos, em especial ao clima, assim um mesmo bioma pode ser formado em diversas e diferentes partes do mundo.
  • Roger Dajoz, no mesmo ano, e depois Michael J. Crawley, no fim da década de oitenta, definem de forma parecida o termo bioma como sendo um agrupamento de fisionomia homogênea e independente da composição florística, sendo sua existência controlada pelo macroclima.
  • Robert Whitaker em 1978, diz que biomas teriam dimensões subcontinentais e o bioma-tipo seria a soma de todos os biomas de um determinado tipo, nos diversos continentes. Desta forma a floresta tropical amazônica seria um bioma e as florestas tropicais do mundo constituiriam um bioma-tipo.
  • Em 1960, H. Walter e H. Lieth elaboraram um tipo especial de diagrama ecológico de clima do mundo, classificando-o em nove zonas climáticas, que mais tarde tornaram-se dez, distribuídas praticamente como faixas latitudinais da Terra, que vão do equador aos pólos. Como o macroclima é de fundamental importância para a vegetação, cada uma dessas faixas representa uma grande unidade ecológica da geobiosfera, denominada zonobioma. Esse conceito considera o bioma como uma área de ambiente uniforme que pertence a um zonobioma. Leva-se ainda em consideração outros fatores ambientais como altitude e solo.
  • Paul Colinvaux, em 1993, define bioma como ecossistema de grande área geográfica da qual as plantas são de uma mesma formação e o clima define seus limites.
  • O ecólogo americano Timothy F. H. Allen, em 1998, defendeu que biomas são identificados pela forma de vida dominante.


Como se pode perceber não há um consenso sobre a definição do termo bioma. A ênfase em um ou outro aspecto vai depender relevância para a classificação dos biomas, assim como o conhecimento sobre a constituição da região estudada. Alguns, como a tundra e a taiga, são facilmente reconhecidos, classificados e determinados, outros dependem do enfoque que se deseja. Por exemplo, florestas tropicais englobam a floresta amazônica, a Mata Atlântica, a ilha de Madagascar, entre outras, porém, por suas características peculiares e necessidades, sejam elas administrativas, econômicas, sociais, ou pelo histórico regional podemos separá-las em biomas distintos, muito embora essa classificação possa ser alvo de crítica por diversos pesquisadores. Mas, a complexidade das áreas naturais, principalmente das tropicais, levam pesquisadores a considerar, por exemplo, a Mata Atlântica, como um mosaico de biomas.

Qual a diferença entre biomas e ecossistemas ?

Qual a diferença entre bioma e ecossistema? Essa é uma pergunta comum, porém a resposta não é tão óbvia. Para ilustrar, vamos ver as definições que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos dá:

Ecossistema - Sistema integrado e auto-funcionante que consiste em interações dos elementos bióticos e abióticos e cujas dimensões podem variar consideravelmente.”

Bioma - Conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.”

Los Angeles
Foto: David McNew, Getty Images
Uma cidade como Los Angeles pode ser um ecossistema,
mas não um bioma.

A relação entre os elementos bióticos (“animados”) e abióticos (“inanimados”) em um ecossistema depende, principalmente, do fluxo de energia e as escalas são extremamente variadas, pode-se considerar um pequeno lago, uma poça d’água, uma mata, uma cidade, um poço, ou seja, o importante é a relação nesse meio, podendo ainda conter elementos comuns em ecossistemas variados.

Já em um bioma, o perfil do local e a dimensão possuem maior importância. Podemos analisar um bioma como um ecossistema, se formos entender o fluxo de energia e a relação entre os elementos bióticos e abióticos, porém um ecossistema qualquer só será considerado um bioma se suas dimensões forem regionais, ou seja, numa grande escala e ainda levarmos em conta como fatores abióticos o relevo e o macroclima, por exemplo. Em relação aos fatores bióticos, a fisionomia da vegetação é uma das principais características para classificar um bioma. Por outro lado, a relação planta/animal, essencial na compreensão de um ecossistema, não é um fator que influi diretamente sua classificação. Além do mais, o bioma será definido por “tipos” específicos, característicos de plantas e também, mas não tão importante, de animais.

Fonte: howstuffworks.com

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